'iPhone' de argila: influenciador que vendia celulares falsos é condenado a mais de 4 anos de prisão
07/11/2024
A condenação também impõe um pagamento de R$ 13 mil à vítima e de dez dias de multa de R$ 470,67. Homem foi preso suspeito de vender celulares de argila em BH
PCMG/ Divulgação
O influenciador, Daniel Augusto Bicalho Ferreira de Souza, que em abril deste ano foi preso por vender celulares falsos feitos de argila, foi condenado a quatro anos e um mês de prisão, em regime aberto. O juiz Vitor Marcos de Almeida Silva, da 4ª Vara Criminal da Comarca de Belo Horizonte, entendeu que o crime praticado pelo influenciador é típico do delito que tem como objetivo o ganho patrimonial fácil e não gera consequências graves, como por exemplo, a ameaça ou a perda da vida da vítima.
A condenação alcançou o tempo máximo do regime aberto e é resultado da soma de crimes, inclusive o de ameaça à vítima quando ocorreu a entrega dos celulares.
Segundo o Código Penal, o regime aberto permite o condenado a trabalhar, estudar, exercer outras atividades autorizadas pela justiça durante o dia. À noite e em dias de folga, tem que permanecer recolhido. Também não pode sair da cidade onde mora, sem autorização.
Relembre o caso
As investigações começaram após a vítima procurar uma delegacia, no Barreiro, para denunciar ter sofrido um golpe. Ela disse que viu um anúncio, no marketplace de uma rede social, de dois celulares do modelo iPhone 15 Pro Max por R$ 13 mil.
A mulher conversou com o vendedor por meio um aplicativo de mensagens e marcou de se encontrar com ele, no dia 23 de fevereiro, para fazer o pagamento e receber os aparelhos. No local combinado, ela acabou sendo ameaçada pelo suspeito, ao tentar abrir as caixas. Ele disse estar armado.
Diante da ameaça, a vítima fez o pagamento e, após o homem deixar o local de carro, abriu a caixa e se deparou com os falsos telefones, feitos de argila.
A Polícia Civil cumpriu mandado de prisão preventiva do suspeito, no bairro Camargos, na Região Oeste de BH. Os policiais também cumpriram mandados de busca e apreensão na casa dele e do pai, que seria responsável pela chave PIX. (Veja o vídeo abaixo)
Delegado Gabriel Teixeira fala como suspeito de vender telefone de argila agiu
O g1 entrou em contato com a defesa de Daniel Augusto Bicalho Ferreira de Souza que informou que vai recorrer da decisão.
"Ressaltamos que a acusação não apresentou provas robustas que sustentem a condenação, baseando-se exclusivamente no depoimento das supostas vítimas. Importante destacar que não foi encontrada nenhuma arma em posse do réu e em sua residência durante as buscas feitas pela PCMG, e as imagens das câmeras de segurança, anexadas ao processo pela defesa, demonstram de forma clara que a negociação entre as partes ocorreu de forma pacífica, sem indícios de qualquer ameaça ou coação", informou a nota da defesa do influenciador.
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